Os detalhes do grande esquema criminoso de uma empresa responsável pelo fornecimento de carne e charque, para cinco escolas da rede estadual de Porto Velho, foram repassados durante coletiva, na manhã desta quinta-feira (23).
Logo cedo, com a deflagração da Operação Charcuterie, os policiais cumpriram seis mandados de busca e apreensão, sendo cinco em escolas, e um em um açougue, que segundo apurou o RONDONIAGORA, fica localizado na avenida 7 de Setembro, próximo da escola estadual Murilo Braga, na região central da capital rondoniense.
Denúncias e investigações
As investigações iniciaram em outubro deste ano, após denúncias feitas no Conselho Regional de Medicina Veterinária, segundo o presidente do órgão, Anilto Funez Junior.
Como se tratava de crime contra a saúde, os responsáveis pelo conselho procuraram a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Draco 1), que de imediato iniciaram as investigações, coordenadas pelas delegadas Ádrian Viero e Simone Barbieri.
A empresa alvo da operação venceu o pregão eletrônico, lançado pela Seduc, em março deste ano, e passou a atender as escolas, sempre de forma ilegal, já que os produtos servidos eram de procedência duvidosa, sem origem.
Foi apurado pela Polícia, que um açougue, responsável por fazer a distribuição de carne e charque estava enviando alimentos sem nenhum tipo de fiscalização sanitária.
De acordo com a Polícia Civil, a empresa, que tinha como proprietário, um funcionário usado como “laranja”, distribuía os alimentos com selos e rótulos falsificados, com nome de outra empresa.
Apreensão de carnes e charque
Durante as buscas, os policiais e fiscais apreenderam mais de 10 toneladas de carne e charque, em escolas, açougue e em uma fábrica de charque, que não serviam para consumo, já que não tinham procedência comprovada e não passaram por fiscalização sanitária, conforme informou João Carlos Aranha, auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Ainda durante as buscas, segundo a Polícia, foram encontradas carnes com bicho. Outras irregularidades sanitária, foram constatadas na fábrica de charque.
Aparelhos celulares, impressoras, etiquetas e rótulos, foram apreendidos e vão auxiliar nas investigações.
Com todas as irregularidades descobertas, a Polícia Civil vai encaminhar um documento informando a Seduc sobre os crimes praticados pela organização criminosa e orientando para que a empresa pare de fornecer alimento para as escolas.
As investigações vão continuar. Diretores das escolas atendidas pela empresa irregular, e testemunhas, serão ouvidos pela Draco.
Os órgãos fiscalizadores vão querer saber se algum aluno passou mal, após consumir os alimentos impróprios para consumo.
Os verdadeiros responsáveis pela empresa que agia de forma ilegal e colocando a vida de várias pessoas em risco, foram identificados pela Polícia, serão investigados, juntamente com o funcionário usado como “laranja”.
De acordo com, Marcelo Siqueira, que faz parte da coordenadoria da Sefin, crimes contra a ordem tributária, que podem ter sido praticado pela empresa, serão apurados.
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