Subiu para 100 o número de mortes em decorrência das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril, segundo o boletim da Defesa Civil gaúcha divulgado às 12h desta quarta-feira (8). O número se manteve no relatório das 18h. Outros dois óbitos seguem em investigação, enquanto 130 pessoas estão desaparecidas e 372 feridas.
Até o momento, 425 dos 497 municípios gaúchos foram atingidos pelas enchentes, totalizando mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas. Conforme o boletim, 67,4 mil pessoas estão em abrigos e mais de 163 mil estão desalojadas.
Meteorologistas preveem que parte do estado deve voltar a ser atingido por chuvas intensas e fortes rajadas de vento a partir de hoje. Segundo o Centro de Hidrografia da Marinha, a faixa litorânea entre as cidades de Chuí, no Rio Grande do Sul, e Laguna, em Santa Catarina, pode ser afetada pela passagem de uma frente fria, com ventos de até 88 quilômetros por hora.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu um alerta para que pessoas resgatadas de áreas atingidas pelas chuvas não retornem a estes locais. “O solo dessas localidades ainda está instável, com o terreno alagado e perigo de deslizamentos”, disse a tenente Sabrina Ribas, da comunicação da Defesa Civil.
Quanto às chuvas previstas para começar nesta quarta-feira, Sabrina destacou que o alerta continua, especialmente da metade para baixo da Laguna dos Patos.
“Em toda situação em que for identificado algum risco para a população, articularemos com o Poder Público municipal para que [as prefeituras] adotem as medidas previstas nos planos de contingências. Às vezes, há uma certa resistência [de parte da população, que não quer sair de casa], mas temos trabalhado para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de não se colocarem em situação de risco e ficarem atentas aos alertas”, declarou a tenente.
A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical. Agora, o total de mortes está bem acima do anterior e é considerado como o pior desastre climático da história gaúcha.
Situação de calamidade
Em meio à tragédia no Rio Grande do Sul, o Senado aprovou nesta terça-feira (7) o projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro de 2024, devido às fortes chuvas que atingem o estado.
Com a medida, a União vai se amparar em exceções previstas na lei de responsabilidade fiscal para destinar, mais rapidamente, recursos ou abrir mão de receita com o objetivo de garantir o socorro de que o povo gaúcho necessita. O decreto foi promulgado.
Nível do Guaíba
A prefeitura de Porto Alegre afirmou nesta quarta-feira que o nível do Guaíba teve uma baixa significativa nas últimas 24 horas e registra o menor nível dos últimos quatro dias, quando superou a marca de 5 metros. A última medição mostra redução de 14 centímetros de ontem para hoje, registrando agora 5,13 metros - o limite de inundação é de 3 metros.
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