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Seca extrema: duas das maiores hidrelétricas do Brasil funcionam apenas com parte das turbinas

Jirau e Santo Antônio estão instaladas no rio Madeira e geram energia para todo o país; ONS diz que há recursos suficiente para demanda do forneciment

Seca extrema: duas das maiores hidrelétricas do Brasil funcionam apenas com parte das turbinas
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Em meio à seca extrema do rio Madeira, duas das maiores hidrelétricas do Brasil estão apenas com parte das turbinas em funcionamento. Jirau atualmente opera com 20% das turbinas, enquanto Santo Antônio também precisou paralisar parte das máquinas e funciona com 14% da capacidade.

As informações foram confirmadas ao g1pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que vê "ponto de atenção", mas não cita possibilidade da falta de energia. "O Sistema Interligado Nacional (SIN) dispõe de recursos suficientes para atender as demandas de carga e potência da sociedade".

Nesta segunda-feira (9), o Madeira bateu mais um recorde: às 10h45 (horário local),chegou a 86 centímetros e poucas horas depois , às 12h15, a 81 centímetros: o menor nível desde que o rio começou a ser monitorado em Porto Velho, em 1967.

 

O Madeira é um dos maiores rios do mundo e passa por três países: Brasil, Bolívia e Peru. Neste período do ano, o nível da água deveria estar em torno de 3,80 metros. Ou seja, está aproximadamente 3 metros abaixo do que era esperado para setembro.

Segundo o ONS, as operações de Jirau estão dimensionadas em função das afluências do rio Madeira. Ou seja, com a baixa vazão, a quantidade de máquinas em funcionamento é reduzida. A situação é esperada para o período de seca.

A hidrelétrica tem duas casas de força com o total de 50 unidades geradoras que possuem capacidade de gerar 3.750 Megawatts, o que representa 3,7% de toda a energia hidrelétrica do país. Mais de 40 milhões de pessoas são atendidas com a geração de energia.

Atualmente, apenas 10 das 50 turbinas estão em funcionamento. Desta forma, a hidrelétrica opera com 20% da capacidade, gerando cerca de 260 Megawatts.

A situação é semelhante em Santo Antônio, outra grande hidrelétrica instalada no rio Madeira que precisou paralisar parte das unidades geradoras em razão da seca extrema. A hidrelétrica tem 50 máquinas e apenas 7 estão em funcionamento.

Em 2014, a cheia histórica do rio Madeira já tinha causado a interrupção do funcionamento das turbinas da hidrelétrica. A paralisação total só foi provocada pela seca uma vez, em 2023.

Segundo a Eletrobras, controladora da Hidrelétrica Santo Antônio, a manobra de paralisar parte das unidades geradoras permite manter a geração concentrada em um grupo apenas e não há previsão de parada total da geração de energia.

 

Ambas as hidrelétricas são projetadas para funcionar de acordo com a vazão do rio Madeira, por isso é esperado que em período de seca as unidades geradoras em funcionamento diminuam.

No entanto, o cenário de 2024 é severo. Pela primeira vez na história o rio ficou abaixo de um metro. A situação é tão inédita que o SGB precisou instalar uma nova régua de medição que vai até 0 centímetros.

Jirau e Santo Antônio funcionam em formato de “fio d’água”, ou seja, não armazena a água em seu reservatório e depende do fluxo do rio para manter as turbinas em funcionamento.

As turbinas das usinas foram projetadas para operar com uma queda líquida entre 10 e 20 metros: se a queda for maior ou menor que isso, pode comprometer o funcionamento das máquinas e causar a paralisação.

 

 

Seca histórica

 

Desde julho, Rondônia vem batendo uma sequência de mínimas históricas. No último dia do mês, 31, a água baixou para 2,45 metros, o nível mais baixo já registrado no mês de julho desde que o monitoramento passou a ser feito pelo SGB, há 57 anos.

Em 40 dias, o Madeira reduziu mais de 1,5 metro até chegar a menor marca da história, nesta segunda-feira (9): 86 centímetros.

Com a seca histórica, ribeirinhos agora caminham por onde antes era possível passar de barco. O rio que batia na porta de casa foi secando gradativamente e se distanciando a ponto de ser necessário andar quilômetros até encontrá-lo.

 

Outro problema que atinge as comunidades ribeirinhas é a falta de água potável. Ribeirinhos vivem com menos de 50 litros de água por dia para toda a família, quantidade abaixo do recomendado para suprir as necessidades básicas de uma pessoa, que seria de 110 litros, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

FONTE/CRÉDITOS: G1
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