As estatísticas disponíveis no sistema de Dados Abertos da Polícia Rodoviária Federal, indicam aumento de 176 mortes em 2023 em relação a 2022 e 5.337 feridos.
ANO Acidentes Feridos Leves Graves Mortos
2023 | 166.623 | 59418 | 18890 | 5615 |
2022 | 155.266 | 54839 | 18132 | 5439 |
2021 | 150.025 | 54181 | 17665 | 5396 |
Fonte: | PRF e SOS Estradas |
O aumento de mortos corresponde a 3,2% entre 2023 e 2022. Entre 2022 e 2021, também houve aumento, apesar da queda brutal do movimento nas estradas com a pandemia. Isto representa média de mais de 15 mortos e 214 feridos por dia.
O total de feridos, entre graves e leves, também registrou um crescimento substancial, totalizando 78.308 em 2023, contra 72.971 em 2022 e 71.846 em 2021. Isso significa um aumento de 5.337 feridos a mais em 2023 em relação ao ano anterior.
No caso dos feridos graves, estima-se que cerca de 20% deles venham a óbito em até 30 dias. Foram registrados 18.890 feridos graves em 2023, em comparação com 18.132 no ano anterior, totalizando 758 feridos graves a mais.
O total de acidentes (sinistros) também apresentou crescimento, passando de 155.266 em 2022 para 166.623 em 2023, um aumento de 11.357 (7%) sinistros em relação ao total de 2022.
Brasil não vai cumprir a meta de redução de mortos no trânsito
Na avaliação do Coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, os dados deste ano demonstram que a tendência é mais uma vez o Brasil não cumprir a meta da Década de Segurança Viária, que prevê a redução de 50% das mortes entre 2021 e 2030.
“Infelizmente, independentemente do governo, as autoridades parecem não entender que sem punição e aplicação rigorosa da lei, não teremos redução no número de vítimas. Isso vale para as rodovias federais, estaduais e vias municipais.”
Ele cita como exemplo o exame toxicológico exigido dos condutores das categorias C, D e E, que dirigem caminhões, vans, ônibus e carretas e que deveriam ter regularizado o exame periódico até 28 de dezembro de 2023. Segundo a Senatran, quase 1,5 milhão ainda estava com o exame pendente em 03 de janeiro de 2024.
“Os veículos pesados estão envolvidos em quase 50% das mortes nas rodovias brasileiras. Muitos desses motoristas fazem uso de drogas para se manterem acordados, e 1,5 milhão de condutores representa 10% dos 11,4 milhões de motoristas habilitados nas categorias C, D e E. O fato de não fazerem o exame e até agora não serem punidos de fato revela a tolerância das autoridades com esse tipo de comportamento e com a exploração desses profissionais,” acrescenta Rizzotto.
Outro aspecto levantado pelo SOS Estradas, é que o governo federal cita sempre o PNATRANS, (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito) como instrumento de redução de mortos e feridos. Inclusive fez uma revisão recente do Plano, e enfatiza através da Senatran, a necessida de cumprir metas de redução de acidentes (sinistros).
Rizzotto enfatiza: “Quando questionamos sobre quais as metas de redução da Senatran, DNIT, Ministério dos Transportes e PRF, ninguém apresenta. Os resultados explicam a razão: não conseguem reduzir os sinistros, mortos e feridos. A meta é só para os outros.”
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