Um dos principais itens do prato brasileiro, o preço do arroz registrou um aumento de 16% em 2023, conforme pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
O cenário brasileiro segue a tendência mundial: o produto alcançou, no último mês de agosto, o maior patamar em 15 anos, com um avanço de 9,8% em um mês, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A Índia, responsável por 40% do fornecimento global de arroz, é apontada como a principal vilã para esse quadro, após adotar, em julho, restrições às exportações.
Já no Brasil, as chuvas e os ciclones que atingiram, nos últimos meses, o Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal do país, atrapalharam a colheita e atrasaram o plantio da próxima safra.
Menos arroz, mais massa
As consequências podem ser observadas nas prateleiras. A queda nas vendas vem se acentuando em todo o Brasil, de acordo com a pesquisa da Abras. O pacote de 5kg de arroz ultrapassa a marca de R$ 30 em muitos locais, patamar não observado desde o auge da pandemia.
Em contrapartida, um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) divulgado em outubro, mostra que o brasileiro tem utilizado as massas como substituta ao cereal.
O macarrão aparece entre os 10 produtos mais consumidos no país. Segundo o estudo, 44,5% dos brasileiros o consomem semanalmente.
Outra pesquisa realizada pela Horus, empresa de inteligência de mercado, para o período de janeiro a setembro de 2023, reforça a tendência.
Ela indica que a categoria de Massas Secas Alimentícias/Macarrão esteve presente em 8,3% das notas fiscais, com uma média de itens 20% maior e tíquete médio 23,6% superior ao mesmo período do ano passado.
O Brasil é o terceiro maior país produtor de macarrão do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Pasta (IPO).
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