Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebrou um recorde histórico em julho deste ano: o de presidente que mais liberou emendas parlamentares em único mês, com R$ 11,8 bilhões destinados por seu governo a estados e municípios por indicações de deputados e senadores. De acordo com um levantamento da Associação Contas Abertas, em nenhum período de 30 dias anterior houve um repasse tão alto.
A ironia, no entanto, é que no mesmo mês em que o governo petista quebrou o recorde de emendas, o Executivo bloqueou recursos da educação básica, da alfabetização de crianças, do Auxílio Gás e da Farmácia Popular, o que significa que, enquanto blindou o dinheiro de maior interesse dos parlamentares, o Executivo brecou os repasses em outras áreas.
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, os repasses de julho são compostos de R$ 8,4 bilhões em emendas individuais de deputados e senadores, R$ 3,3 bilhões de bancadas estaduais e R$ 124 milhões de comissões da Câmara e do Senado. Apesar de dispensar bilhões para as indicações dos congressistas, o governo ainda não conseguiu formar uma base robusta no Parlamento.
Aliado a esse cenário, segundo o Estadão, o Congresso se movimenta para aumentar ainda mais os valores de emendas em 2024 com a imposição de um cronograma obrigatório de pagamentos desses recursos, o que não existe atualmente. Além disso, outra ideia dos parlamentares é dar um tratamento impositivo para todo e qualquer recurso indicado por deputados e senadores.
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