O consumidor brasileiro está consumindo mais alimentos orgânicos, apontou a pesquisa “Panorama o Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”. Em 2023, o consumo de orgânicos aumentou 16% em relação aos dois últimos anos, com grande destaque para as verduras, como alface, couve e rúcula.
De acordo com a pesquisa, entre os anos de de 2021 para 2023, cresceu de maneira significativa a importância da aparência dos produtos como critério de escolha dos consumidores, mantendo-se, na sequência, critérios como o preço e a embalagem. “No auge da pandemia, foi registrado um crescimento robusto no consumo de produtos orgânicos, nada mais do que natural, já que poucos saíam de casa nesse período, hábito fortalecido com o advento do home-office. Ao ficarem mais em casa, as pessoas passaram a prestar mais atenção na qualidade dos ingredientes das refeições”, explica Cobi Cruz, diretor-executivo da Organis, idealizador e coordenador da série de pesquisas.
Segundo Cruz, a pesquisa mostrou que, mesmo com a flexibilização da quarentena, os brasileiros mantiveram o consumo de orgânicos e isso se deve à percepção de que esses produtos beneficiam a saúde e o meio-ambiente. “É o avanço constante do que definimos como Atmosfera Orgânica, que concentra nossa visão de que a sustentabilidade é a melhor opção para os negócios do futuro, talvez a única”, afirma. “Os consumidores novos elogiaram a forma de apresentação das frutas e verduras orgânicas nos pontos de venda, classificada como ‘bonita’, uma clara valorização dos esforços do setor no aspecto da comunicação visual em relação ao passado recente”.
Crescimento contínuo
A pesquisa nacional de consumo de orgânicos mostrou que o crescimento no setor deve ser contínuo nos próximos anos. Segundo o levantamento, 54% dos consumidores que se declararam usuais apontaram o fator preço como o principal motivo para não consumirem orgânicos em maior quantidade. Desses, 43% dos entrevistados, declara que está muito disposto a aumentar o consumo e, entre os não-consumidores de orgânicos, 13% afirmaram estar muito dispostos a passar a passar a consumir.
Trata-se de uma grande conquista, dadas as incertezas econômicas enfrentadas pelo Brasil ao longo de 2021 e 2022, que fizeram aumentar a percepção de que os produtos orgânicos são mais caros. Uma das explicações para o fenômeno é que a maioria dos consumidores de orgânicos considera que existem boas razões para os preços mais elevados dos produtos e acham razoável pagar em torno de 20% a mais pelos produtos, em relação aos convencionais.
“A boa perspectiva, que virá na esteira da intenção dos pesquisados em aumentar o consumo de produtos orgânicos, é que, com sua popularização, a tendência é que os preços se tornem mais atraentes e mais empresas e produtores entrem nesse circuito”, argumenta Cobi. “Com o aumento da escala, os custos são diluídos, alimentando um círculo virtuoso que o setor precisa bem aproveitar, investindo em inovação, design e, sobretudo, presença e comunicação para credibilidade, valorização com informação do valor que essa cadeia entrega ao meio ambiente, e a saúde humana”.
A pesquisa aponta que os consumidores da região Nordeste foram os que mais aumentaram o consumo de orgânicos, de 32% em 2021 para 45% neste ano. Na região Norte, 16% dos entrevistados consomem orgânicos, 42% na região Centro-Oeste, 30% no Sudeste e 39% na região Sul.
Entre os alimentos mais consumidos estão as verduras (57%), com destaque para alface, couve e rúcula, 55% de frutas (banana, maça e laranja), 44% de legumes (cenoura, batata e tomate) e 11%, de açúcar orgânico e farinhas e grãos. Sementes, nozes e sucos ficaram com 4%.
Marcas mais lembradas pelos consumidores brasileiros
As marcas Terra Livre, Mãe Terra, Korin, Coopernatural, Native e Flormel são as mais lembradas do universo orgânico, todas com aumento na lembrança dos consumidores em relação a 2021. Embora ainda apontem certa dificuldade de acesso aos orgânicos, melhorou a percepção dos consumidores quanto à facilidade de encontrar os produtos em seu dia-a-dia. Uma das principais bandeiras erguidas pela Organis é ampliar a presença dos produtos orgânicos no chamado “comércio tradicional”, prateleiras de supermercados, eventos, feiras e outros pontos de venda, facilitando o acesso ao consumidor e dando aos diversos setores do comércio um novo e charmoso atrativo.
A pesquisa foi realizada entre 19 de abril e 10 de maio de 2023, com um universo de 1.400 pessoas, entre consumidores e não-consumidores de produtos orgânicos de diversos municípios do país.
Comentários: