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Confiança do comércio cai 4,4 pontos e atinge menor patamar desde março de 2021, aponta sondagem do FGV Ibre

Depois de registrar estabilidade em dezembro, a confiança do comércio inicia 2023 em declínio, acumulando queda de 19 pontos nos últimos quatro meses

Confiança do comércio cai 4,4 pontos e atinge menor patamar desde março de 2021, aponta sondagem do FGV Ibre
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O índice que mede a confiança do comércio caiu 4,4 pontos em janeiro, para 82,8 pontos, o menor patamar desde março de 2021 (72,5 pontos). Na métrica de médias móveis trimestrais, houve queda de 5,1 pontos, terceira queda seguida. As informações são da sondagem do comércio divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o economista Otto Nogami, além da queda característica de todo início de ano, existem outras questões importantes a serem consideradas que justificam o declínio. “A primeira é o clima de apreensão que a nossa sociedade vive nos dias de hoje. Então todo esse período pós-eleitoral acaba criando uma apreensão muito grande para o consumidor e toda vez que o consumidor tem essa sensação de apreensão, ele normalmente costuma conter seus gastos. Um outro aspecto importante a ser considerado é que a gente não pode esquecer que a sociedade está altamente endividada, como também está inadimplente”, aponta.

Segundo o economista, “a leitura do comércio está no sentido de que a inadimplência faz com que se reduza o poder de compra das famílias e a redução do poder de compra das famílias acaba inevitavelmente impactando sobre o comércio”.

A queda do mês de janeiro foi disseminada em cinco dos seis principais segmentos do setor. Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 8,8 pontos, para 79,9 pontos, menor patamar desde fevereiro de 2022 (78,1 pontos). 

Por outro lado, no Índice de Expectativas (IE-COM) houve ligeira melhora pelo segundo mês consecutivo, com variação de 0,4 ponto, para 86,5 pontos.

Segundo Nogami, considerando o comportamento da sociedade, o impacto, inevitavelmente, vai recair sobre o Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, sobre o nível de atividade econômica. “Essa é uma das razões que levam para que as projeções do PIB para 2023 estejam, em um patamar abaixo de 1%”, diz.

As perspectivas para o setor de comércio no ano de 2023 são cautelosas, como explica o economista. “Pelas projeções que estão sendo realizadas já desde o ano passado, todos eles sinalizam realmente para o nível de atividade económica relativamente baixa. Então, se tenho essa perspectiva de uma atividade económica relativamente baixa, isso significa dizer que o comércio também terá um comportamento de normal para menos”, explica.



FONTE/CRÉDITOS: Brasil 61
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