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Brasileiros conversam mais com os amigos pelo celular que pessoalmente

Pesquisa PoderData mostra que 47% usam o aparelho com mais frequência, enquanto 36% interagem mais face-a-face.

Brasileiros conversam mais com os amigos pelo celular que pessoalmente
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Brasileiros tendem a conversar com seus amigos mais pelo celular do que pessoalmente, de acordo com a pesquisa PoderData realizada de 2 a 4 de abril de 2023. Segundo o levantamento, 47% têm mais contato virtual que presencial. Outros 36% disseram que costumam ter mais interações face-a-face.
 
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 2 a 4 de abril de 2023, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 233 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
 
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
 
Segundo a head de Mídias e Democracia no ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade) Rio, Karina Santos, atualmente a divisão entre as relações on-line e off-line é utilizada só “metaforicamente”. “Na prática, não existe mais [divisão entre on e off-line]. As formas com que a gente se relaciona, on-line e off-line, estão intrinsecamente conectadas, porque a nossa vida hoje já é altamente mediada por tecnologias”, disse.
 
JOVENS X IDOSOS
 
O levantamento mostra também que a predominância das conversas presenciais aumenta com a idade: é de 31% entre jovens de 16 a 24 anos; de 34% entre pessoas que têm 25 a 44 anos; 38% entre quem tem de 45 a 59 anos e 43% para os que têm 60 anos ou mais.
 
Em suma, quanto mais jovem é a pessoa, maior é a tendência de ela falar menos com seus amigos de forma presencial.
 
Segundo a psicóloga e doutora em saúde mental do Instituto Delete da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Anna Lucia Spear King, os números refletem principalmente a configuração social atual, que, de acordo com ela, é “muito mais digitalizada”.
 
“Com as violências e com toda dificuldade de se sair de casa, as pessoas tendem a se relacionar mais virtualmente do que a presencialmente […] Se os jovens forem menores de idade, provavelmente os pais estão contribuindo para que eles privilegiem as relações on-line mais do que as presenciais, já que esses jovens têm que sair e, saindo, se expõem à violência. Isso contribui para que eles não saiam muito para ver esses amigos presencialmente”, afirmou.
 
Os idosos são a única faixa etária que conversa mais pessoalmente (43%) que por celular (39%). Para a médica psiquiatra e professora da Queen’s University (Canadá) Elisa Brietzke, no entanto, é preciso registrar que tanto jovens quanto idosos têm “altas taxas” de interação com amigos apenas por telefone.
 
“Talvez tenha a ver com questões mais relacionadas a violência urbana, dificuldade de deslocamento. Idosos dependem de outras pessoas para levarem eles para verem amigos”, disse.
 
Anna Lucia Spear King vê na tecnologia um recurso positivo e necessário para os idosos. “Os idosos têm a tendência de ficarem isolados nas suas casas. Por meio das redes sociais, eles podem interagir com a sociedade. Para esse grupo, ter acesso à tecnologia é muito importante”, afirmou.
 
METODOLOGIA
 
A pesquisa PoderData foi realizada de 2 a 4 de abril de 2023. Foram entrevistadas 2.500 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 233 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
 
As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.
 
Por Isadora Albernaz / Poder360

Fonte: Poder360

FONTE/CRÉDITOS: Jornal Rondôniavip
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