Uma história que somente os jumentos não podem ler.
A Bíblia está repleta de tipos e nomes de animais, mas tem um que a sua história é bastante interessante: o jumento.
O jumento é famoso por sua grande resistência e pode ser encontrado em praticamente todo o planeta. No Brasil recebe também o nome de jegue, asno, jerico, dependendo da região do país.
A Bíblia o menciona por algumas vezes:
👉 Na lei mosaica, o jumento é considerado um animal impuro, porque não rumina (Lv 11:26. Comp. 2Rs 6:25).
👉 Jumentos constituíram uma parte considerável de riqueza em tempos antigos (Gn 12:16; 30:43; 1Cr 27:30; Jó 1:3; 42:12).
👉 Eles eram conhecidos por seu apego ao seu mestre (Is 1:3).
👉 Era proibido unir um jumento e um boi no arado (Dt 22:10
👉 Foram montados por Abraão (Gn 22:3), Balaão (Nm 22:21), pelo profeta desobediente (1Rs 13:23),pelos setenta da família de Abdom o juiz (Jz 12:14), Zípora (Êx 4:20), pela sunamita (1Sm 25:30).
👉 Zacarias (Zc 9:9) predisse a entrada triunfal de nosso Senhor em Jerusalém, “cavalgando sobre um asno, e em cima de um jumento, (Mt 21:5).
O jumento não podia ser usado para o sacrifício e quando o seu filhote primogênito era levado ao sacerdote, tinha que ser resgatado ou trocado por um cordeiro e se não houvesse resgate o infeliz levava uma cacetada na nuca e era morto.
Era descartado!
O jumento tem uma característica de ser teimoso, mas na verdade ao menor sinal de perigo ele empanca. Vemos uma jumenta andando mais “por fé” do que por vista , tendo mais visão que um profeta( que deveria ter a visão) , salvando-o da morte.(No caso de Balaão)
Deus falou com a jumenta. Onde profeta é cego. Deus usa jumento.
Um jumento sendo instrumento para carregar lenha para um sacrifício de um homem chamado Isaque no monte Moriá. Interessante que havia dois homens, um jumento, a lenha e o fogo, mas não havia animal para o sacrifício. Mesmo em uma época onde não havia a Lei de Moisés proibindo que o jumento fosse usado para sacrifício o moço questiona seu pai: onde está o sacrifício e o seu pai responde que Deus providenciaria o cordeiro.
Mais uma vez o jumento é descartado!
O jumento não era digno de subir no altar, pois o altar era santo;
O jumento não podia ser sacrificado pela culpa, nem pelo pecado, nem como oferta pacífica, tampouco de manjares.
Ele era excluído do serviço religioso mosaico.
O animal só servia para uma situação: carregar cargas devido sua força e resistência para trabalho pesados. Quando havia uma carga pesada para carregar não chamava o cordeiro, nem o boi, nem o cavalo, mas era o jumento que tomava vez.
Em alguma situação o jumento levava vantagem, a de não ser morto para cobrir a culpa de ninguém como era feito do cordeiro, da ovelha e outros animais dignos do altar.
Certamente o jumento servia de transporte para os dízimos e ofertas dos judeus para o sacerdote no tabernáculo e posteriormente ao templo, mas ele só chegava fora das cortinas. O cordeiro era que entrava.
Mais uma vez descartado!
No entanto, houve um momento na história desta espécie de asinino que ficou marcada na história da humanidade.
👉 No caminho vinha um cordeiro (aquele que tira o pecado do mundo);
👉 No caminho vinha um sacerdote (aquele que intercede pelas vidas dos homens);
👉No caminho vinha um rei (que reinará para todo o sempre);
👉O cordeiro era puro! O sacerdote era puro! O rei era puro!
Mandou buscar um jumento, ou melhor o filho da jumenta (impuro para o sacerdote, para o cordeiro, para o rei, para o altar etc). (Não sabemos se este era o primogênito daquela jumenta)
Não podia ser outro animal, pois a carga que ele iria levar era a mais pesada que um animal pode transportar: DEUS encarnado!
O descartado foi convocado, não para ser desnucado no templo, mas para oferecer seus lombos para levar o dono do Templo.
Aquele que não podia entrar além das cortinas, passou pelo altar, pela pia de bronze, avançou pelo lugar santo, passou pelo véu e serviu de trono para o Reis do Reis, que habita entre os querubins! GLÓRIA A DEUS.
O JUMENTO TRANSPORTOU O CORDEIRO!
O jumento que recua ao menor de sinal de perigo, não o fez diante de Jesus, pois ali não havia perigo algum. Mas Àquele que o seu jugo e suave e o seu fardo é leve.
Ficaria imaginando, se os sacerdotes contemplassem esta cena: um imundo carregando aquele onde não há impureza alguma.
Como os objetos do templo eram santos e o que tocassem neles também se tornaria santo, ali estava o Santo dos Santos que utilizou de algo desprezível para mostrar a sua humildade e sua glória.
Com as devidas proporções, este jumento é uma figura típica do pecador.
“Destituído da presença de Deus”, “Fora dos filhos da herança”, “Condenados a morte eterna”. Onde o Filho de Deus não usou “seus lombos” para o transportar , mas o seu coração para fazer nele morada. Nos santificou com a sua chegada.
Aquele jumento transportou Jesus até Jerusalém terrestre e chegará um dia em que o próprio Jesus conduzirá o “jumento” para a Jerusalém celestial.
Qual será a decisão do “jumento”: ser desnucado e morrer eternamente ou ser santificado e viver para sempre no prazer de DEUS? 👀
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